20/10/2009

E choveu...!


Veio a chuva, bem pedi por ela! De noite soube-me bem ouvi-la mas à medida que se aproximava a saída para a rua… a minha vontade ia-se enroscando mais e mais no sofá. Como é que eu vou sair com este vento+chuva e mais dois filhotes, um pela mão, outro no colo…? Anda vá, temos de nos pôr ao caminho. Em dois segundos completamente ensopada nas costas e a pensar: - «Então, não és tu a do "Oxalá Chova Amanhã”? Parece que é parva…! Agora , olha, molha-te para aí!». E lá fui eu, mais… primeiro um que meto na carrinha, depois o outro filho, e a porteira a dizer: - «Ai coitada, então mas à chuva?!» - «Ai senhora, mas como quer que vá, então?!» - não. Decido-me por um: - «Não me leve a mal, mas estou atrasadíssima, tenho de sair já, até logo…» - e eu e carrinho e filho, tudo a levar com os grossos pingos, eu na testa, ele só a vê-los empapados no forro do carrinho. Apeteceu-me gritar, Socorro, pára aí um bocadinho, mas depois lembrei-me: - «És mesmo parva… quem te manda fazer títulos engraçadinhos de blogues?!». O tempo passado no caminho parece-me um paraíso, nada de pingos vindos de fora, apenas os que escorrem pelo cabelo e me estão a estragar um pouco o pozinho nas maçãs do rosto. Mais aventura ainda, na chegada ao colégio, a chuva a não parar, e o vento a reinar. Traço um plano de ataque à Natureza e explico-o à minha filha: - «Veste já a tua gabardine e esperas, eu saio, tu ficas… ou não… melhor, tu sais também já… abrigada no chapéu-de-chuva gigante (antes tivesse um pequeno, porque este descontrola-se todo…). Vamos buscar o mano (entretanto ela já não me ouve, entretida a descobrir brinquedos no fundo do carro - perdi a minha única ajuda!!!) … e lá continuo sozinha, vou buscar o mano, que dorme, e depois acorda (agora é já o plano em si, não apenas em esquema), e o chapéu-de-chuva a bater contra a carrinha, o filho enervado (foi acordado e está a ser “sacudido”) e lá vamos, com o filho enburkado. - «Anda filha, vem sempre atrás da mãe!» (ela é a única com gabardine e capuz), e a filha irritada porque está a molhar os pés vai aos “ais” até à entrada. Largo o chapéu-de-chuva gigante e respiro fundo, chegámos. Tiro a “burka” ao miúdo e vou pelo caminho a desapertar a miúda, ávida do Inglês que vai aprender logo que entre na sala. Beijinho à mãe, até logo, porta bem!». «Um já está. Agora este, coitadinho, a enxuvalhar-se para cima e para baixo. Só faltam dois lanços de escadas, dois corredores, um refeitório, outro corredor… ok, ponto de chegada n.º “trezentos e cinquenta e seis” – «Comeu bem, às 8h30, sim, é o leite de biberão daqui a 3 horas, e sim depois venho eu alimentá-lo. Beijinho à mãe, filho, até logo!». Já só penso na chuva de regresso ao carro e depois acabou-se, terei um sonho de garagem à minha espera, um elevador, estou protegida.
Oxalá chova amanhã... bem menos!

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